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Foto do escritorAriane Angioletti

Violência doméstica e o isolamento social

O isolamento social não é negociável quando estamos falando de uma epidemia. Porém, o confinamento está colocando em convívio fechado, e de longa permanência, vítimas e violentadores. Precisamos estar atentos.

Sabemos que o Brasil é um país com com altos índices de violência doméstica, especialmente contra mulheres, crianças e idosos. Além disso, essa violência acontece, em maior parte, no ambiente doméstico.


Em uma matéria do G1, a informação é que no período do isolamento social, houve um aumento de 50% na violência doméstica.


Nos locais onde o isolamento acontece à mais tempo, como países da Europa, já vemos o aumento da violência doméstica. A França registrou uma alta de 32% nas agressões a mulheres no interior do país, incluindo em zonas rurais, e de 36% na região parisiense.


Portugal está divulgando rede de atendimento, cartilhas de orientação e criou 100 vagas de acolhimento para vítimas de violência doméstica.


No Brasil, os números da violência doméstica e do feminicídio sempre foram alarmantes segundo os dados do Núcleo de Estudos da Violência da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública , o Brasil teve um aumento de 7,3% no número de casos de feminicídio em 2019 em comparação com 2018 (1.225 feminicídios), sendo em 2019 1.314 mulheres mortas por esse crime de ódio motivado pela questão de gênero (ou uma mulher a cada 7 horas em média).


Com a confinamento e os reflexos sociais, financeiros e econômicos, é possível esperar que estes números subam ainda mais. Especialmente pelo aumento das questões que amplificam os ambientes propícios para as relações violentas.


As redes de proteção e apoio às mulheres, bem como os conselheiros tutelares seguem em funcionamento, mesmo que a triagem não seja presencial. É importante que os telefones de contato sejam divulgados.


Em Santa Catarina, a orientação é realizar Boletins de Ocorrência através da Delegacia Virtual (https://delegaciavirtual.sc.gov.br/) e, havendo necessidade de atendimento presencial é preciso dirigir-se à Delegacia Especializada ou Delegacia de Polícia do seu município. Além disso, os pedidos de medida protetiva podem ser realizados por um advogado de sua confiança


Lembro que violência doméstica não se configura apenas nos casos de lesão ou tentativa de lesão física. Ameaças, pressão psicológica, chantagem, retenção ou desvio patrimonial e financeiro também são crimes.


Neste momento de reclusão, onde as famílias estão reunidas, fiquem atentos aos seus vizinhos. O contato físico e visual estão diminuídos, então, especialmente para as pessoas que você sabe que estão em relações tóxicas, tumultuadas ou com histórico de violência, faça contato.


Faça contato por vídeo, preferencialmente. Se não for possível, mantenha contato por ligação ou por texto. Apenas não deixe de fazer contato.


Caso saiba ou suspeite de um caso de violência, você pode ligar para o 100. Em Santa Catarina, você também pode ligar para o 181.

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