Este ano, o dia do abraço tem um novo sentido e importância. E nos faz pensar em quanto não abraçamos quando podemos.
"Eu só queria um abraço", foi o que ouvi de algumas pessoas ao longo desse período de epidemia e afastamento social.
Um abraço! Quantos abraços nós desperdiçamos ao longo da nossa vida, em meio à corrida incansável para alcançar uma linha de chegada que nem sabemos onde está.
Pesquisadores da Universidade Médica de Viena (Áustria) concluíram em estudo que o abraço faz muito bem para a saúde física e mental. Reduz o estresse, o medo, a ansiedade e a pressão arterial.
Esse efeito cardio protetor da ocitocina, produzida num abraço, pode ser maior para as mulheres porque elas têm níveis de cortisol. Ainda tem a melhora da memória e promove a liberação de endorfinas capazes de reduzir a dor e promover a euforia.
Bom, depois de falarmos cientificamente sobre o abraço, vamos falar sobre o quanto ele não recebe a devida atenção e importância em nossa rotina.
Com a proibição do abraço "determinada em lei", o lamento pela falta dele tornou-se diário. O desejo por um abraço ganhou ares de melancolia com pessoas fazendo ligações de vídeo e expressando a saudade dele. Um abraço. Único, longo, apertado. Talvez um momento silencioso.
Agora temos a chance de percebermos que deixamos pra depois. Não abraçamos. Não colocamos aqueles que gostamos para ficar um tempo em silêncio no meio dos nossos braços. Aliás, temos o hábito de estar ao lado sem estar presente. Não exprimimos o nosso sentimento, não expressamos o quanto as pessoas importante são realmente importantes. Só vamos empurrando para depois e depois e depois.
Sabem? Saudade do que pouco fazemos? Saudade do que não valorizamos? Saudade.
Então uns dias atrás, com essa necessidade extrema de um abraço em uma amiga (marido e filho estão em dia), busquei um avental estéril (daqueles que cobrem os braços, até os joelhos) coloquei a máscara, higienizei minhas mãos e corri pro abraço. Apertado, bem apertado, longuíssimo. Aliás, eu não queria largar dela. E então pensei que na maior parte das vezes que nos encontramos, não tem abraço. Tem um beijo no rosto, conversa afetuosa e entendimento... mas não tinha abraço! Agora, assim, que for seguramente possível, sempre haverá abraço.
Hoje deixo meu abraço virtual para cada um de vocês. E quando a gente se encontrar, por favor, me dê um abraço!
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