O envelhecimento da pessoa com síndrome de down
Dia 21 de março é o Dia Internacional da Síndrome de Down e, como de costume, trago o foco para o envelhecimento.
Em 1920, a expectativa de vida deste grupo era de 9 anos. Já na década de 1970, a expectativa de vida de uma pessoa com síndrome de Down era de cerca de 20 anos. Hoje, a possibilidade de chegar aos 60 anos de maneira saudável, com qualidade de vida e produtivo é possível. Nos últimos 40 anos, a expectativa de vida cresceu ao menos 3,75 vezes para esse grupo.
O avanço da medicina e terapias, bem como a integração destas pessoas na sociedade, são fatores que influenciam nesta expectativa de vida cada vez mais próxima da população em geral.
E este envelhecimento aponta para questões ainda pouco enfrentadas (assim como ocorre com demais grupos de população, que são ignorados pelas políticas públicas e sociedade). Atendimento na saúde de maneira integrativa e especializada, organização sociofamiliar para o amparo aos cuidadores e àqueles que ficarem sem apoio familiar, ações para a promoção de maior independência das pessoas com síndrome de down, incentivo e ingresso ao mercado de trabalho, atendimento pela previdência social. As temáticas são muitas e urgentes.
Pessoalmente, acredito que o reconhecimento e incentivo à autonomia seja um desafio que deve ser enfrentado desde já, começando na própria organização familiar. Este tema é abordado na websérie Cromosso21, que você pode assistir aqui https://cromossomo21.com.br/geracao-21. Aliás, o site todo vale a visita.
É no estímulo à autonomia que esta população envelhecerá mais capaz, com inserção social, e como consequência, sendo mais autônomos e independentes. E isto é possível.
Até pouco tempo era mais raro enxergarmos este grupo social com a possibilidade de viver de maneira mais autônoma e produtiva. Tanto a sociedade quanto a própria família, que no desejo de proteção, não incentivava a construção de uma rotina possível para além dos cuidados com a saúde e interação dentro de grupos com as mesmas características.
Como em todas as pessoas, o envelhecimento se dá de maneira individualizada. Contudo, na pessoa com síndrome de down acontece de maneira mais acelerada e neste ponto a discussão chega no acesso aos serviços e políticas direcionadas às pessoas idosas antes dos 60 anos.
O fato é que a busca pela autonomia, da qualidade de vida, bons hábitos de alimentação, atividade física e controle de doenças crônicas que podem surgir durante o envelhecimento, deve ser o foco da família, sociedade e poder público, para que o idoso com síndrome de down alcance os sessenta anos com os melhores prognósticos possíveis.
Na foto, está o João Batista Rezende, da cidade de Caçu/Goiás. Ele está registrado como a pessoa com síndrome de down mais longeva no Brasil, aos 72 anos.
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