De 2007 a 2017, a taxa de detecção de Aids em mulheres acima de 60 anos aumentou, na última década, de 5,3 para 6,4 pessoas para cada 100 mil habitantes.
Alguns fatores contribuem para o aumento de diagnósticos de HIV na terceira idade: vida sexual voltou a ser muito ativa nessa população com o surgimento de estimulantes sexuais. Nesta faixa etária não existe receio de gravidez, diminuindo o uso de preservativo é menor. Além disso, a liberdade de se relacionar com outros parceiros, vinda com o divórcio, com a viuvez ou com a opção de não haver se casado, também contribuem para a postura de risco dos idosos. . A ideia que de que os idosos não têm vida sexual, faz com que os profissionais da saúde não solicitem exames de HIV para os pacientes 60+, especialmente para aqueles que afirmam ser casados e possuir um único parceiro. . Além disso, os sintomas do HIV podem ser confundidos com doenças comuns da terceira idade. Perda de peso, de tônus, herpes zoster, infecções recorrentes são vistos como fatores associados ao envelhecimento, mas podem ser sintomas do HIV/Aids. . O fato de muitos médicos não solicitarem o exame e grande parte dos idosos se entenderam livres do risco de infecção, nos fazem pensar se estes números não são ainda maiores. . Enquanto não encaramos que a sexualidade acompanha o ser humano em todas as suas fases da vida e que a prática do sexo é realizada também pelas pessoas com 60 anos ou mais, temas como prazer, autoconhecimento, sexo seguro e infecções sexualmente transmissíveis seguirão focados nos adolescentes e jovens adultos, indicando que o sexo na terceira idade não deve ser comentado e, portando, não deve ser alvo de qualquer investimento público e social. . Vamos pensar a respeito?
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